A Saúde mental da Mulher negra.
- Psicóloga Fernanda Moreira
- 16 de fev.
- 2 min de leitura
Muitos são os atravessamentos negativos na saúde mental da mulher negra: solidão - que acontece seja no campo afetivo, seja no profissional ou familiar-, sexualização, naturalização do acúmulo de funções, pressão estética, pressão sobre padrões de comportamento.. e grandes são as punições por não corresponderem às exigências. Sem falar que, no funil dos direitos e acessos as mulheres negras estão na base, os salários são menores, a valorização profissional é menor, o reconhecimento é menor. As suas falas são invalidadas, os seus resultados são questionados,
Obviamente a exposição constante a tudo isso mina quase que completamente a saúde mental da mulher negra. Alguns dos sintomas emocionais que podem surgi: Ansiedade, depressão, angustia, sensação de não pertencimento, isolamento, silenciamento.. E afinal, Como ter saude mental diante de tantas cobranças e exigências desumanas e impossíveis?
E como podemos pensa num caminho que possibilite a melhorada saude mental da mulher negra? Vamos pensar em algumas possibilidades:
Primeiramente eu vejo como fundamental compreender minimamente como a dinâmica racial interfere na vida das mulheres negras, embora para algumas pessoas isso possa parecer óbvio, nem todas as pessoas negras puderam responsabilizar o racismo por seus traumas, dores e sofrimentos.
Em segundo lugar eu retomo a importância do aquilombamento. Tenha vinculos fortalecidos com outras mulheres negras. Isso te possibilitara o senso de pertencimento, acolhimento e reconhecimento.
Outro ponto que poderá ajudar: consuma sem moderação conteúdos que abordem o tema da negritude, do racismo e da feminilidade negra.
Invista em autoconhecimento, seja através de psicoterapia, seja através de meditação, yoga, ou qualquer outra atividade que faça sentido para você. Caso você faça psicoterapia, escolha por profissionais racializados que poderão validar e compreender o seu sofrimento.
Tenha alguma atividade que te ajude a “voltar para casa”, o que eu quero dizer: tenha atividades que te ajude a retornar para si mesma, para o seu interior e que te ajudem a lembrar e reconhecer o seu valor e potencial.
Por fim, lembre-se sempre: você não é o que o racismo e o machismo disse que você é. Você é muito mais do que pode imaginar.
Com amor,
Psicóloga Fernanda Caroline
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